4.7.07

Heróis, Espadas e Testosterona

Em "Homens, Espadas e Tomates", o Col. Rainer Daehnhardt reúne alguns exemplos épicos de coragem lusitana e do sacrifício individual de muitos Portugueses por esse mundo afora, quase sempre em desvantagem numérica avassaladora. Não fosse este último factor, poder-se-ia pensar que muitos dos actos de bravura e violência relatados, eram, vistos à luz mais humanista do presente, inconscientes exemplos de masculinidade.

Do ocidente ao oriente, o que mais impressiona é que a presença Portuguesa por terras alheias longínquas, foi sendo assegurada por um resumidíssimo punhado de homens, que, mau grado alguma superioridade na tecnologia do armamento, contou apenas com a sua coragem e o génio da gestão dos poucos contra os muitos – que para mais defendiam a sua terra e a sua religião…

Os Portugueses não defrontaram apenas indígenas “mal armados”; defrontaram exércitos numerosos e bem equipados de civilizações evoluídas e até um dos impérios mais poderosos e bem sucedidos do tempo – o Otomano – que tudo tentou para eliminar a presença Portuguesa da Ásia, a qual lhes veio estragar o monopólio do comércio das especiarias, que detinham até à abertura da rota do Cabo da Boa Esperança. Portugal, indirectamente, acabou também por contribuir para o abrandamento do ímpeto otomano na Europa de leste, salvando assim a Europa e iniciando a “idade de ouro” e de predominância da Europa, que duraria até a actualidade.

Enquanto assistimos às ficções de Hollywood, que na maioria dos épicos e filmes de acção nem tratam de figuras reais ou acontecimentos históricos, nem nos lembramos que temos muitos heróis, e alguns vilões, em histórias que dariam belíssimos filmes… porém, ainda que houvesse interesse, engenho e arte para passar tantos episódios épicos para a posteridade, nestes tempos do politicamente correcto e de tensão entre ocidente e oriente (como se viu com o filme “300”), seria sempre difícil avançar com um projecto semelhante, havendo em Portugal apenas um tímido exemplo, com o filme “Camões”…

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