30.11.07
Conjura e Restauração de D. João IV
A figura do duque de Bragança, antes de se tornar D. João IV, tal como D. João VI, tem sido menosprezada por alguns autores, que, intencionalmente ou não, tentam passar a imagem de um homem frouxo e irresoluto, que empalidece em comparação com a sua esposa ambiciosa e espanhola por sinal, a qual terá rugido um “antes morrer reinando, do que viver servindo”...
No entanto, uma nova leitura revela um perfil mais condicente com um homem com verdadeiro sentido de Estado, como se diz hoje em dia.
Afinal, quando o grupo popular (no sentido em que englobava todos os estratos sociais) se designa "conjurados" ou seja, homens de posição que se juntam em segredo, para arquitectar com todo o cuidado o derrube de um poder instalado, que já havia extinguido anteriores tentativas de dissidência.
Estes não são uns meros cidadãos temerários, sem nada a perder; antes demonstram que tudo foi muito bem pensado e combinado, no mais profundo sigilo para não comprometer revolta. Do outro lado estava uma das maiores potências do mundo, bem armada e posicionada para esmagar qualquer rebeldia.
Portanto, D. João IV, apesar de sempre vigiado e suspeito, teve a ousadia de perceber e ajudar a proporcionar as condições ideias para o sucesso da revolta, da qual esteve sempre em contacto, apesar de não ter participado directamente no assalto ao Paço, nesse dia 1º de Dezembro.
E é claro que o super-herói musculado de capa e espada ou que se vira para a câmera e diz "hasta la vista baby" depois de despachar uma centena de mauzões, tem sempre mais encanto do que a personagem que manobra na sombra.
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